Apesar da aparência nada fofa, talvez até assustadora e que nos faz lembrar os jurássicos dinossauros, muitas pessoas têm optado por adquirir as iguanas como pet e isso pode ter se tornado um problema.
Texto: Fernanda Cesconetto e Amanda Del’ Maestro
Iguana iguana. Fotografia: Thiago Silva-Soares.
Iguana iguana
A espécie Iguana iguana, popularmente conhecida como iguana-verde, camaleão ou sinimbu, é um lagarto que pode chegar a cerca de 1,80 metros e pesar cerca de 6 quilos. No Brasil, pode ser encontrado em alguns ecossistemas como Amazônia, Cerrado, Pantanal, Caatinga e Mata Atlântica nordestina. Suas principais características são as escamas grandes e arredondadas embaixo dos tímpanos e sua crista dorsal. Sua coloração pode variar de verde quando jovem chegando até um cinza quando adulto.
Iguana iguana, na árvore, pós soltura, identificação do individuo feita com tinta em vermelha. Fotografia: Fernanda Cesconetto.
Essa espécie possui habito diurno, sua alimentação é basicamente herbívora, porém, quando jovem, se alimenta principalmente de insetos. Passam a maior parte do tempo em copas de árvores e perto de corpos d’agua. O Espirito Santo oferece condições adequadas para adaptação desses animais, como clima, vegetação e disponibilidade de alimento.
Problemas sócio-ambientais
Hoje, há relatos de aparecimentos de iguanas no Estado do Espirito Santo, local onde ela é considerada exótica, ou seja, não ocorre naturalmente nessa região. A hipótese é que criadores ou pessoas que tentaram ter esses animais como animais pets (de estimação!) teriam, após esses terem alcançado a fase adulta e chegado à um grande porte, liberado - acidentalmente ou propositalmente - esses animais na natureza e as iguanas se adaptaram bem ao clima e à vegetação.
Por se tratar de um animal selvagem, algumas pessoas, como criadores de pet exótico, quando resolvem que não quererem mais o animal, optam por solta-los em qualquer fragmento de mata que encontram. Além de estar colocando a vida do animal em risco - levando em consideração que foi criado a vida inteira em cativeiro - pode estar também colocando em risco o equilíbrio ecológico daquele lugar.
Coleta do individuo de Iguana iguana para fazer analises. Fotografia: Fernanda Cesconetto.
O Projeto Iguana
Dessa forma, o objetivo do Projeto Iguana é buscar entender de que forma a espécie Iguana iguana pode estar afetando a região de Ponta da Fruta. Para isso temos que responder algumas perguntas. Se a espécie em questão está compartilhando os mesmos parasitas e bactérias internos e externos com espécies nativas; quantos indivíduos temos e como esta crescimento dessa população; qual é a sua alimentação na região de Ponta da Fruta; qual é o impacto socioambiental que essa espécie está causando na comunidade.
Para responder a essas e outras perguntas estamos fazendo várias analises com coleta de sangue, coleta de fezes, coletas de mucosa via swabs e fazendo a marcação dos animais com microchip.
Analises com coleta de sangue, coleta de fezes, coletas de mucosa via swabs no indivíduo de Iguana iguana. Fotografia: Fernanda Cesconetto.
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